terça-feira, 1 de maio de 2007

A PISTIS SOPHIA DESVELADA


Se procurarmos compreender os ensinamentos crísticos à luz dos ensinamentos do Mestre Samael, teremos uma compreensão muito valiosa e profunda da Grande Obra. Sabemos que o caminho crístico não deve ser tratado como uma brincadeira ou com descaso, porque é algo muito profundo e difícil.

Nestes tempos atuais, devemos ter muita atenção para o perigo dos falsos mestres, dos falsos Cristos, dos falsos profetas, pois o Mestre Jesus, o Mestre Samael e os ensinamentos sagrados já nos alertaram sobre isso.

Se hoje conhecemos alguém que diz ser um Cristo, que se autoproclama Cristo, simplesmente podemos ter a compreensão de que esta pessoa pode ser um falso Cristo, porque um Cristo verdadeiro não falaria isso. Um Mestre verdadeiro somente pode estar encarnado em uma pessoa humilde e simples, com uma personalidade bem humilde, que não diz que é um Cristo.

Se alguém demonstra vaidade ao falar de suas encarnações e atributos pessoais, esta pessoa não pode ser um Cristo, porque essa atitude não é coerente com um Mestre de Perfeição.

Através das palavras de sabedoria do Mestre Samael, ao desvelar a Pistis Sophia que o próprio Mestre Jesus Cristo nos revelou, podemos ter uma compreensão ampla desse assunto.

Que possamos refletir e meditar profundamente sobre as seguintes palavras, retiradas do livro “A Pistis Sophia Desvelada”.

A PISTIS SOPHIA

Capítulo 7

Como a Vestidura de Luz lhe foi enviada.

“O Sol da Meia-Noite guia aos Iniciados nos Mundos Superiores.

Os Iniciados devem conhecer os movimentos simbólicos do Sol da Meia-Noite.

Ascender equivale a nascer, subir, manifestar-se, etc.

Descender alegoriza a morte de algo, descenso de algo, etc.

O Sol, com pleno esplendor no meio-dia, alegoriza a plenitude total, triunfo completo, êxito em tal ou qual Iniciação, etc., etc., etc.

Estamos referindo-nos, de forma enfática, ao Cristo Sol, ao Logos, ao Sol Astral.

Os Místicos vêm ao Sol Astral; Ele lhes guia na Senda do Fio da Navalha.

Quando as nuvens do espaço lhe cobrem, isto significa que o ego animal ainda está muito forte no Iniciado.

É necessário, é urgente dissolver o ego animal, reduzi-lo a poeira cósmica.

O Sol Cristo ascendendo através do Primeiro Mistério significa ação do Senhor por Vontade do Pai.

O próprio Universo no qual vivemos, nos movemos e temos o nosso Ser, surgiu, veio à existência quando o Sol ascendeu através do Primeiro Mistério.

Foi por Vontade do Ancião dos Dias que o Sol ascendeu através do Primeiro Mistério.

O Cristo Íntimo não vem à manifestação antes da hora da crucificação, senão agora.

É aqui e agora onde o Senhor deve ser crucificado.

O Senhor é crucificado dentro de nós mesmos.

O Senhor deve viver todo o Drama Cósmico, tal como está escrito nos Quatro Evangelhos, dentro de nós mesmo, aqui e agora.

Porém está escrito que devemos encarná-lo previamente, tu o sabes.

Convém, contudo, fazer a seguinte advertência:

Olhai que ninguém vos engane.

Porque virão muitos em meu nome dizendo: “Eu sou o Cristo”, e a muitos enganarão.

Vede Mateus 24, versículos 4 e 5, Novo Testamento.

É espantosamente difícil a Iniciação Venusta.

Na Iniciação Venusta se encarna o Cristo Íntimo.

Muito raro é aquele que logra encarná-lo.

Porém existem também alguns equivocados sinceros que pensam de si mesmos o melhor.

Esses dizem: “Eu o tenho encarnado”, “Eu sou o Cristo”.

Tais pessoas enganam a si mesmas e enganam a outros.

Então, se alguém vos disser: “Olhai, aqui está o Cristo” ou “Olhai, ali está”, não lhe creiais.

Porque se levantarão falsos Cristos e falsos profetas e farão grandes sinais e prodígios de tal maneira que enganarão, se for possível, ainda aos Escolhidos.

Já o vos disse antes.

Assim que, se vos disserem: “Olhai, está no deserto”, não saias; ou “Olhai, está nos aposentos”, não lhe creiais.

Porque, como o relâmpago que sai do Oriente se mostra até o Ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem.

Vede Mateus 24, versículos 23, 24, 25, 26 e 27.

A Vestidura de Luz do Cristo Íntimo, ainda que originalmente lhe fosse concedida, deve ser elaborada no Tear de Deus, no Mistério Vinte e Quatro da Grande Obra.

A Vestidura de Luz do Cristo Íntimo, símbolo de todos os seus poderes, tem-na o Pai em seu poder, o Pai é o Primeiro e o Último dos Mistérios.

O Cristo Íntimo, encarnado em tal ou qual homem simples e humilde, usará no Mistério sua Vestidura Sagrada.

As pessoas profanas nunca conhecerão a Vestidura de Luz.

O Cristo Íntimo se encontra recoberto pela humilde personalidade de alguém.

Nunca as pessoas poderão reconhecer o Cristo encarnado.

O Cristo Íntimo é o Instrutor do Mundo.

O Instrutor do Mundo encarnado deverá percorrer com a raça humana e revelar-lhe desde o principio da Verdade até seu final.

O Adepto que o tenha encarnado saberá amá-lo dentro de si mesmo e nunca dirá: “Eu sou o Cristo”.

O Mestre que o tenha encarnado adorará ao Senhor e lhe servirá de instrumento.

O Senhor encarnado percorrerá com os seres humanos desde os interiores dos interiores até os exteriores dos exteriores, e desde os exteriores dos exteriores até os interiores dos interiores.

Tudo isso significa que o Senhor pode auxiliar ao Ser do Ser e à personalidade humana.

O Instrutor do Mundo encarnado pode instruir não somente as pessoas humanas, mas, sim, também ao Ser das mesmas e, por último, ao Ser do Ser.

Ajuda ao exterior do exterior significa auxílio total em toda ordem de coisas.

Ajuda ao interior do interior significa instrução plena ao Ser do Ser.

O Cristo Íntimo encarnado não somente ajuda, mas, sim, também ajuda a ajudar.

Somente os Adeptos de Perfeição o têm encarnado.

Porém vos digo: sede vigilantes porque, nestes tempos do fim, são muitos os que presumem ser Adeptos de Perfeição.

Cuidai-vos dos falsos profetas.”

(V. M. Samael Aun Weor)

domingo, 29 de abril de 2007

SER PEQUENINO!


“Ninguém quer ser pequenino; ninguém quer parecer fraco, nem nos tronos nem na igreja. Todos somos inimigos instintivos da Cruz e do Presépio, a começar pelos homens da igreja. Somos capazes de derramar lágrimas diante do Presépio e de nos sentirmos orgulhosos, levantando a cruz até nos campos de batalha, como fazem os cruzados, temos, porém, vergonha da cruz. Não chamarei ninguém de farsante, mas isso é uma farsa, quase uma blasfêmia.”
(Francisco de Assis)

“No fundo, a verdade é esta: ninguém quer parecer pequeno e fraco. Apesar das frases retumbantes, temos vergonha da manjedoura, do presépio e da cruz do calvário. O Senhor não nos chamou para pregar brilhantemente o mistério da cruz, e sim para vivê-lo humildemente.”
(Francisco de Assis)

“Deixem que as crianças venham a mim, não atrapalhem, porque o Reino de Deus é dos que são como as crianças. E lembrem-se disto: Quem não receber o Reino de Deus igual a uma criança nunca entrará nele. Em seguida, Jesus pegou as crianças em seus braços, pôs as mãos em cima delas e as abençoou.”
(Marcos 10.13-16)

Ser criança é ser inocente e puro. É ter a essência em sua expressão máxima, aquele brilho angelical dos olhos, um sorriso que parece vir de Deus. É uma dádiva estar em contato com uma essência pura e divinal de uma criança, de um pequenino ser. Aprofundando nossa visão, podemos dizer que, diante de uma criancinha, temos um recado vivo do nosso Pai Sagrado em relação ao nosso trabalho interno: temos que ser puros e pequeninos como uma criança.

O nosso amado Jesus cristificado forneceu-nos um grande e profundo ensinamento. Em outras religiões, também se compara a pureza de uma alma iluminada com uma criança. São ensinamentos divinos para nós, seres humanos, que perdemos essa inocência pura.

Essa pureza encontrada nas criancinhas é constantemente relacionada com o nosso caminho na senda da iniciação, na busca do autoconhecimento, do despertar. Nos textos sagrados e no verbo de ouro dos seres cristificados, sempre escutamos, embevecidos de alegria, a mesma mensagem: temos que ser puros como as crianças!

O caminho da iniciação é a senda da pureza. A iniciação se percorre com humildade, sendo crianças puras, sem buscar um avanço por vaidade ou para ostentação diante dos demais. Também não se deve almejar fama ou glória. Quem quer percorrer o caminho crístico não pode estar buscando aplausos e mais aplausos em eventos, conferências, seminários, tampouco pode desejar ser bem visto e apontado como um Mestre avançado ou um ser cristificado.

Que glória uma criancinha busca ao estar sorrindo para os seus pais, ao brincar? Ela tem o olhar da pureza e da inocência, a sua essência reage de forma simples e singela, vibra de acordo com os desígnios do Pai Sagrado.

Os grandes Seres que buscaram e alcançaram a cristificação mostraram, no exemplo de suas vidas e em seus ensinamentos, com muita humildade, que o sendeiro da iniciação não se percorre buscando importância ou querendo sobressair-se.

Infelizmente e terrivelmente, nos últimos anos, em algumas seitas esotéricas, religiões e escolas de autoconhecimento, percebemos um crescimento acentuado da valorização da aparência externa, das formalidades, da busca pela importância e pelo poder. Muitos líderes religiosos, espiritualistas, esotéricos buscam o reconhecimento, posições, títulos, graus, poder, mando, domínio; mas, dessa forma, caminham pelas trilhas do prazer e da vaidade, no sendeiro da obscuridade e da ignorância.

Alguns querem mostrar-se importantes e muito avançados internamente, contando vantagem sobre suas supostas encarnações famosas e destacadas, e assim acabam tropeçando na grande pedra da mitomania. Eis aí o grave erro!

O caminho do Cristo crucificado é o sendeiro da humildade, da simplicidade, da compaixão, da insignificância. Só devemos buscar ser pequeninos como uma simples criança, viver em plena humildade, com simplicidade, sem vaidade, sem ostentação, sem desejar fama nem glória, sem buscar aplausos nem reconhecimentos pessoais.

Seguir o caminho do Cristo é viver na mais absoluta santidade, em uma vida simples, com o coração repleto de bondade, é viver com humildade, ter compaixão, e não buscar recompensas de prazeres e admiração.

Cristo Jesus, Cristo Samael, Cristo de Assis e tantos outros nos mostraram que o despertar acontece quando somos humildes, simples, quando não temos vaidades de nenhuma espécie nem intenções ocultas de sermos avançados ou admirados.

Quem quer trilhar esse caminho deve ser simples, amável, compassivo, bondoso, santo e humilde. Não há outra forma. O Mestre Samael nos deixou diversos exemplos de simplicidade e humildade. Ele nos mostrou o caminho. Basta ver os relatos de seus vários discípulos. Por que muitos se esqueceram desses exemplos e dessas lições?

De nada adianta buscar o poder das multidões, o domínio de grandes plateias, o destaque no discurso e na oratória, apenas para comandar e dominar a vida de milhares de pessoas. Isso é justamente o oposto dos ensinamentos sagrados, ou seja, é uma prática visivelmente contrária à humildade dos ensinamentos do Cristo crucificado. Melhor seria se pudéssemos percorrer o sendeiro da pureza, da insignificância, da humildade diante de todos. Se queremos o despertar, devemos aprender a ser pequeninos e humildes. Quem vive para o prazer e para o reconhecimento de suas virtudes e vaidades está, na verdade, vivendo para o mundo da matéria, das formas, das aparências externas, que nenhum valor têm para o mundo do espírito, da pureza e da espiritualidade verdadeira.

Os iniciados, aqueles que buscam vencer a si mesmo, trilham o sendeiro da renúncia, da insignificância, buscando ser pequenos e de nenhum valor pessoal; renunciam aos prazeres da carne e do mundo. Sabem ser pequenos em sua personalidade mundana, mas enormes de pureza e de espírito.

Por que é tão importante ser humilde e pequenino como uma criança? Porque o exemplo de vida fala mais alto que mil palavras jogadas ao vento. Por mais que esses líderes espirituais reúnam milhares de pessoas, organizem eventos maravilhosos, sejam respeitados, aos olhos de seus seguidores, por suas posturas destacadas, eles não possuem o que é mais sagrado para os Seres da Loja Branca: o sorriso puro e a humildade de uma criança simples e feliz.

A felicidade desse sorriso puro é alcançada quando temos, em nosso dia-a-dia, uma conduta perfeita, fazendo a vontade da Loja Branca, sendo obedientes aos anseios divinos de nossos Pais Sagrados. A felicidade está em sermos santos, humildes, místicos. A alegria do iniciado é recolher-se no seu Ser Interno, absorvido em sua consciência, sem vaidade, sem ostentação, sem buscar recompensa.

Essa conduta humilde, de saber ser pequenino, não é uma questão de aparência, de máscara espiritual, como vemos em muitas pessoas de grupos espiritualistas. Não é nada disso! Buscar essa conduta perfeita é ter amor ao próximo, é amar a humanidade lembrando-se dos passos de Jesus crucificado, de Francisco de Assis e de outros exemplos da espiritualidade verdadeira.

Para ser pequenino como uma criança, temos que viver sempre abertos ao novo, ter os olhos de uma criança a todo o momento, em todas as nossas atitudes do dia-a-dia. Como é possível, por exemplo, buscar a luz e a humildade nas suas atitudes, se a pessoa tem um lar em conflitos e dividido? Para trilhar o caminho do crucificado, temos que procurar ter um lar perfeito, conviver em harmonia, ser um casal perfeito. No lar, devemos viver sem brigas, sem discussões, sem ressentimentos, sem gritos e sem adultérios.

O despertar se manifesta nas atividades mais corriqueiras e simples da vida, chega nos momentos mais simples e insignificantes da vida. O despertar de nossa alma ou nossa consciência só acontece quando somos pequeninos em personalidade e grandes em humildade.

Se observarmos o mundo e as pessoas ao nosso ao redor, poderemos ver que uns são vaidosos por suas posses, seus bens, seu intelecto, sua sabedoria, sua esposa. Outros são vaidosos por sua profissão, seu status ou seu dinheiro. Outros, ainda, por sua aparência, seu corpo esbelto, bem desenvolvido. Tudo é vaidade. Os valores estão invertidos em nossa sociedade. Dessa forma, não poderemos seguir os passos do crucificado, que é o caminho da pura simplicidade, pura humildade, pura insignificância.

O grande ensinamento dos Mestres cristificados é: “Enamora-te de ser pequenino e humilde”. Infelizmente, ninguém quer ser insignificante. Todos querem ser algo na vida, estimulados pelos valores atuais da sociedade, de uma educação distorcida e das vaidades do mundo.

Quando somos pequeninos, nosso Ser se engrandece, a humildade floresce, e assim a vaidade, o orgulho e a arrogância vão desaparecendo de nossas condutas externas, de nossa vida e de nossos pensamentos e sentimentos.

“Meu filho, não nos esqueçamos da cruz. Como custa despojar-nos! Como é difícil tornar-se pobre. Ninguém quer ser pequenino. Cremos que podemos e temos que fazer alguma cosia: redimir, organizar, transformar, salvar. Só Deus salva, meu filho. Na hora da verdade, nossas organizações de salvação, nossas estratégias apostólicas vão rolando pela ladeira da frustração. Temos lições recentes, mas não nos corrigimos. Acredita-me, meu filho, é infinitamente mais fácil montar uma poderosa maquinaria de conquista apostólica do que fazer-se pequenino e humilde.

A salvação é fazer-mos pequeninos. Comecemos reconhecendo que só Deus salva, só Ele é onipotente, e não precisa de ninguém. Se precisasse de alguma coisa, seria de servos pequeninos, pobres e humildes, que imitem Seu Filho submisso e obediente, capazes de amar e perdoar. Da nossa parte, só isso. O resto fica por conta de Deus.” (Francisco de Assis)

Por isso nos ensinou o Mestre Samael, com muita sabedoria:

“Sede humildes para alcançar a iluminação. E, depois de alcançada, sede todavia mais humildes.” (V.M. Samael Aun Weor)

Paz Inverencial!